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Foto do escritorEquipe Studio Cross

EXERCÍCIO FÍSICO E DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA

Os benefícios do treinamento físico aeróbico, seus riscos e suas limitações.

materiais comumente utilizados na liberação miofascial

Na literatura, encontram-se bem descritos os benefícios do treinamento físico aeróbico, seus riscos e suas limitações. Nesse âmbito, destaca-se a própria especificidade de estímulos relacionada à endurance e não ao aumento de força muscular. Por isso, a prescrição de exercícios resistidos associados ao treinamento físico aeróbico, anteriormente contraindicado para cardiopatas, tem sido recomendada visando a uma intervenção mais abrangente.

A prescrição de exercícios resistidos associados ao treinamento físico aeróbico, anteriormente contraindicado para cardiopatas, tem sido recomendado visando a uma intervenção mais abrangente.

De acordo com o capítulo do livro do ACSM, caracteriza-se o exercício especificamente como resistido quando realizado com carga entre 50% a 100% da carga máxima atingida no teste de repetição máxima (1RM). Para pacientes cardiopatas, recomendam-se de 8 a 10 tipos diferentes de exercícios, que envolvam os principais grupos musculares e uma série de 10 a 15 repetições, sempre respeitando os valores de 11 a 13 na escala de Borg. Além disso, o duplo-produto alcançado durante o treinamento não pode ser superior ao alcançado na atividade física aeróbica, prescrita de acordo com a estratificação de risco cardiovascular do paciente. Durante a execução dos exercícios o ritmo das repetições deverá ser controlado para que sejam lentos e a manobra de Valsalva deve ser evitada. Para iniciar a atividade sugerem-se halteres leves com carga entre 990 g a 2.270 g para membros superiores e 2.270 a 4.500 g para membros inferiores.


Corroboram-se as recomendações da Diretriz Brasileira de Reabilitação Cardiovascular e da revisão de autoria de Vicent and Vicent, as quais definem que a sobrecarga do esforço deve ser aplicada a partir da evolução do peso do componente estático, de maneira gradual e progressiva. Contudo, eles diferem na maneira pela qual deve ser realizado esse incremento: a diretriz sugere aumentar pelo percentual da carga máxima obtida no teste prévio e apresenta limite de intensidade entre 50%-60% RM, já a revisão sugere aumentos 1 a 3 kg por semana, controlados a partir dos valores limites determinados na escala de Borg, ou dos valores de duplo produto cardíaco.


Outro componente importante na prescrição do exercício resistido é a definição do número de séries, no estudo de Marzolini, em que, por meio da combinação de treinamento aeróbico associado a treinamento resistido com cargas progressivas, 60% a 75% do VO2 pico e 60% a 75% da RM, objetivou-se avaliar se diferentes números de séries (1 x 3) implicariam melhores benefícios ao cardiopata. Nesse trabalho os autores relataram que os diferentes protocolos associando o exercício aeróbico ao resistido foram bem tolerados pelos voluntários, além disso, foram obtidas melhoras nos valores de VO2 pico, limiar anaeróbio ventilatório, força e endurance musculares e na composição corporal, quando se comparou ao grupo treinado exclusivamente por exercícios aeróbicos, sendo que esses ganhos podem ser ainda maiores quando se utilizam múltiplas séries.



Na associação do exercício resistido ao aeróbico, Volaklis et al. obtiveram aumento em média de 28% na força muscular de MMSS e MMII e melhora da aptidão cardiorrespiratória em indivíduos portadores de doença arterial coronariana, com a realização por oito meses de um programa de exercício supervisionado com frequência de quatro vezes por semana, sendo duas sessões de exercícios aeróbicos (60%-75% da frequência cardíaca máxima) e duas de exercícios resistidos (60% 1RM). Entretanto, após três meses de cessação do programa ocorreram perdas significativas desses ganhos, o que indica que pacientes com DAC devem realizar continuamente exercícios físicos, a fim de melhorar e/ou manter a função cardiovascular e força muscular e, consequentemente, seu estado de saúde.


A associação de atividades aeróbicas e resistidas realizadas na água em pacientes cardíacos de baixo risco melhorou valores antropométricos, força muscular, capacidade aeróbica e o limiar de lactato após quatro meses de treinamento. Esses efeitos positivos adquiridos tenderam a diminuir parcialmente ou totalmente com o destreinamento nos quatro meses seguintes e foram recuperados com a retomada do programa por mais quatro meses.


A disfunção endotelial parece ser particularmente relevante em pacientes com doença arterial crônica que apresentam isquemia aguda ou crônica, por relacioná-los a um prognóstico pouco favorável, sendo, por meio da prática do exercício físico, possível melhorar essa função. Contudo, pouco se sabe dos efeitos produzidos da aplicação de diferentes tipos de modalidade de exercício. Para isso, investigou-se a resposta dessa função em pacientes Pós-IAM submetidos aleatoriamente ao treinamento físico exclusivamente resistido ou aeróbico, ou ao exercício combinado (aeróbico e resistido).


Conclusão:


Os resultados mostraram que todos os grupos de exercício foram seguros e eficazes na correção da disfunção endotelial nesses pacientes, o que promove variedade na prescrição do exercício e influencia positivamente na aderência em longo prazo ao treinamento físico.



 

Lucas Zilli Lordello Coach no Studio cross 2. Bacharel em educação física pela FMU, pós graduado pelo Hospital Israelita Albert Einsten. Atua no mercado a mais de 3 anos com foco na qualidade de vida e emagrecimento.

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